Com base na análise de 2.457 solicitações de software de análise de vídeo do setor público e clientes empresariais em 2021, a NtechLab descobriu que os negócios estão significativamente à frente em termos de número de solicitações. No entanto, a maioria das implantações reais ocorre no setor público.
O reconhecimento facial vai além das capitais
Cidades seguras, o principal caso de uso de análise de vídeo no setor público, agora estão sendo implantadas muito além de Moscou e da região da capital de Moscou. As implantações, incluindo as POC concluídas e em andamento, cobrem 20 regiões da Rússia no final de 2021. Entre as novas solicitações de grandes regiões estão soluções para reconhecimento de armas e comportamento agressivo. Na área de educação há um grande interesse em ferramentas de monitoramento de reconhecimento facial para exames remotos. Apesar do fim da pandemia, o setor acadêmico espera um maior crescimento do aprendizado online e híbrido e, portanto, uma necessidade de supervisão de análise de vídeo.
Longe das capitais, as autoridades locais procuram soluções ambientais capazes de reduzir os custos da remoção do lixo. Duas grandes regiões demonstraram interesse em softwares que ajudem a analisar o nível de lixo nos contêineres, a limpeza do local de coleta de lixo e também planejar as rotas dos caminhões de lixo. Em 2021 as solicitações de controle de remoção de lixo representam cerca de 2% do total de consultas do setor público.
O setor público está ficando mais inteligente
Até recentemente, a maioria dos pedidos governamentais eram sobre segurança. Hoje, o setor público está migrando para outros cenários de uso de sistemas de análise de vídeo para cidades inteligentes. Por exemplo, contagem das pessoas com reconhecimento de silhueta ajuda a medir a carga das instalações culturais, sociais, esportivas e de transporte. Os clientes interessados em tais soluções pertencem a museus, monumentos, parques, instalações esportivas, além de clínicas, e o setor de transporte, principalmente para paradas de ônibus inteligentes.
Outra opção promissora de cidade inteligente é o reconhecimento de uma pessoa caindo na rua e alertar os serviços de emergência. As pessoas recebem atendimento médico mais rápido, o que reduz o risco de morte em situações perigosas, como acidente vascular cerebral isquêmico. Uma situação típica de quem sofre um AVC na rua é ser confundido com um bêbado e abandonado em perigo.
A terceira opção para cidades inteligentes são os mapas de calor construídos com base nos dados anônimos coletados sobre o movimento de todas as pessoas nas ruas da cidade e em ambientes fechados. Câmeras e software de análise de vídeo coletarão dados que ajudarão a entender que, por exemplo, em determinados trechos da estrada as crianças costumam usar a travessia perigosa devido ao tráfego intenso. Ou seja, é preciso adicionar um disjuntor de velocidade, sinais de trânsito ou uma «ilha de segurança».
Além disso, há conceitos interessantes que ainda não foram implementados, mas estão sendo discutidos: barreiras inteligentes que podem reconhecer veículos de emergência e táxis, bem como carros de moradores, e abrir automaticamente a entrada para a área residencial. Os clientes destas soluções são as autoridades municipais e empresas de gestão.
Como as empresas usam a análise de vídeo: maior demanda, mas menos implantações em comparação com o setor público
O interesse de empresas privadas pela análise de vídeo cresce mais rapidamente do que o do setor público. O número de solicitações de empresas aumentou 1500% desde o início da pandemia e 495% em 2021 em relação a 2020. No entanto, apesar do aumento do interesse, há menos implantações do que no setor público. Em 2021, as solicitações de negócios convertidas em vendas aumentaram apenas 300%. Enquanto no setor público esse número é muito maior — 850%.
Há várias razões para isso. A principal delas são os altos custos de implantação: as instituições públicas administradas pelo governo acham o orçamento muito mais fácil. Mas mesmo que a empresa tenha dinheiro, eles inspecionam cuidadosamente a relação custo-benefício de uma determinada implantação. Para uma pequena empresa típica, o controle de acesso biométrico e o gerenciamento de acesso às áreas podem ser inacessíveis. Eles vão preferir tecnologia menos avançada, mas mais barata. Para tornar o software de análise de vídeo mais rápido, as empresas, em alguns casos, tentam implementar vários cenários ao mesmo tempo, por exemplo, combinando controle de acesso e o rastreamento de presença.
O segundo ponto: a implantação da análise de vídeo não é apenas conectar câmeras, instalar software e colocar um operador para monitorar. É importante que os funcionários aceitem a inovação: alguns aprendem e usam no trabalho, outros não se opõem a ela. Por exemplo, se você usa soluções de rastreamento de presença que monitoram as horas de trabalho, você deve informar seus funcionários por que você o usa e como funciona, que isso não é vigilância total e não há motivo para se opor à inovação.
Além disso, a adoção da tecnologia pode ser mais lenta ou até mesmo impedida pela falta de dados para análise. Ou seja, você pode implantar uma solução, mas os dados serão coletados, por exemplo, em apenas seis meses, ou você precisa adicionar ferramentas de coleta de dados. O subdesenvolvimento da infraestrutura também pode se tornar um obstáculo- você pode não ter câmeras suficientes.
O negócio precisa de produtos, não de tecnologia
Praticamente não há demanda por inovações inexistentes para tornar o mundo melhor. As empresas querem soluções que já existem, melhoradas e adaptadas às suas necessidades. A tendência de conversão de algoritmos em produtos está aumentando.
Em particular, uma série de indústrias, incluindo transporte, restaurantes e hotelaria, varejo e bancos, estão interessadas em terminais de autoatendimento. Em 2021, houve um aumento de 580% nas solicitações relacionadas. Os terminais de autoatendimento são um novo ponto de crescimento para análise de vídeo, principalmente para varejistas que precisam de pagamento com reconhecimento facial, possibilidade de comprar os produtos de tabaco e álcool sem apresentar documentos, caso o comprador já tenha confirmado sua idade, além de comparar uma pessoa com a lista negra de ladrões.
Também os projetos de cadastro sem contato no hotel e biometria facial de acesso aos quartos estão em negociação. A primeira ideia é relevante por conta da pandemia do COVID-19 e da necessidade de reduzir o contato entre as pessoas. A segunda é a conveniência dos clientes que não precisam carregar um cartão-chave e procurá-lo em sua bolsa.
Conheça seu cliente de cara
O consumidor deseja ofertas e serviços personalizados, e o negócio, por sua vez, busca conhecer seu cliente. Por esse motivo, as soluções de análise de vídeo estão se tornando mais procuradas por empresas que desejam segmentar seus clientes por gênero e idade e reconhecer visitantes únicos e novos. Isso ajuda a criar estratégias de marketing eficazes e ajustar sua influência sobre diferentes públicos. O crescimento da demanda nessa direção dos negócios foi de 1300% em 2021.
Além disso, os clientes nos perguntam sobre soluções para melhorar os programas de fidelidade, usar biometria em vez de cartões plásticos no caixa. Isso é conveniente para o cliente. Imagine que você não precisa procurar um cartão em uma bolsa ou falar seu número de telefone. E também é ecologicamente correto, você pode abandonar completamente o plástico.
A maior demanda (17% das solicitações) vem do setor de turismo, cultura e lazer — eles querem contar pessoas e estão interessados em análises de clientes. Entre os líderes também estão produção, construção e imóveis comerciais, com 11−15% de solicitações. Ao mesmo tempo, as necessidades do setor público e das empresas estão mudando: as empresas estão migrando os conceitos de controle e segurança para o atendimento ao cliente, enquanto o setor público está focado principalmente em “cidades inteligentes”.